Avaliação do manejo integrado do fogo realizado pela brigada Kalunga em 2018

Autores

  • Gustavo Maximiano Junqueira Lazzarini Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis/IBAMA-GO, Superintendência em Goiás/Núcleo de Qualidade ambiental, Goiânia - GO, Brasil
  • Paulo André Moreira de Freitas Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Brasil
  • Rafael Miranda Vasconcelos Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1290

Palavras-chave:

gamification , brigadas, plano de queima, quilombolas, Goiás

Resumo

Este trabalho analisou os registros relativos aos planos de queimada para manejo integrado de fogo (MIF) implementados em 2018 pela brigada Kalunga, em seu território quilombola, em Goiás. A brigada registrou 46 planos de queima, sendo 41 localizados dentro do território quilombola, 2 nas proximidades e outros 3 que foram desconsiderados por informações inconsistentes. As atividades de MIF concentraram-se entre 25/4/2018 e 20/09/2018, sendo 17 ações no mês de abril, com 400 ha de área queimada estimada, 18 ações em maio, com estimativa de 1.307 ha, 6 ações em junho com 35 ha estimados e 2 em setembro com 6 ha. As ações ocorreram todas no quadrante sudoeste do território, que coincidiu com aquele com maior área queimada identificada nas imagens de satélite nesse ano. A estimativa total de 1.748 ha sob MIF representou 0,67% da área total do território quilombola e 12,15% da área total queimada (14.383 ha). Dos 41 planos de queima dentro do território quilombola, 16 coincidiram com locais demarcados como cicatrizes de queima ocorridas em 2018, indicando que mais de 60% das ações de MIF não foram identificáveis em imagens de satélite. A altura média do material combustível foi de 1,45 m, sendo 90% considerado combustível leve, 30% considerado combustível seco, 44% considerado úmido e 23% misto. O tempo médio de duração do fogo variou de 40 minutos a 20h30min, sendo a média de 4h41min e a mediana 3 horas. O coeficiente de correlação entre a área estimada de queima e a duração da queimada foi de 0,46, que indica uma correlação moderada de que uma maior área de queima significa mais tempo de fogo. Foi evidenciado que as informações registradas pelas equipes de implementação dos planos de queima podem contribuir para a compreensão e aprimoramento das ações de manejo integrado do fogo e de seus resultados e consequências. Ademais, o cruzamento dessas informações com outros instrumentos, como o mapa de carga combustível, o projeto MapBiomas, dentre outros, podem trazer contribuições significativas para o processo.

Biografia do Autor

Gustavo Maximiano Junqueira Lazzarini, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis/IBAMA-GO, Superintendência em Goiás/Núcleo de Qualidade ambiental, Goiânia - GO, Brasil

Analista ambiental do IBAMA/GO

Paulo André Moreira de Freitas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Brasil

graduando em Geografia pela UFG, estagiário do IBAMA/GO

Rafael Miranda Vasconcelos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Brasil

graduando em Geografia pela UFG, estagiário do IBAMA/GO

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Publicado

2019-05-15