Como realizar a gestão de um projeto de alto risco? O relato da repatriação das Ararinhas-azuis ao Brasil

Autores

  • Camile Lugarini Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres , Brasil
  • Ugo Vercillo Universidade de Brasília, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v11i1.1880

Palavras-chave:

Conservação, ferramenta de gestão, gestão ágil, gestão tradicional, gestão híbrida, plano de ação nacional

Resumo

A gestão de projetos envolve diferentes ferramentas de planejamento e engajamento da equipe, com objetivo de apresentar as entregas dentro do prazo e com custo reduzido (eficiência). No mundo complexo atual, em que a mudança é a regra, o valor agregado do produto se torna cada vez mais importante, num contexto em que a eficácia é mais importante que a eficiência. Para projetos envolvendo a conservação da biodiversidade se busca utilizar diferentes ferramentas para a sua execução. Neste contexto, o Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii ) é um dos que tem maior visibilidade no Brasil, por contemplar uma espécie bandeira possivelmente extinta na natureza. Neste relato apresentam-se os resultados de um projeto executado com sucesso: Plano de Pouso para a realização da repatriação de 52 ararinhas-azuis. O modelo de gestão adotado foi tradicional, com algumas abordagens da gestão ágil de projetos, especialmente no que concerne à entrega de produtos de valor para os stakeholders , sem a necessidade de gerar planejamentos e documentação excessivos. Em 03 de março de 2020, as ararinhas-azuis voltaram à Caatinga, ainda em situação de cativeiro, mais um grande passo para voltarem a voar livres.

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Publicado

2021-06-02

Edição

Seção

Fluxo contínuo