Estimativa da flamabilidade da vegetação com base em fitofisionomias e fatores climáticos

Resumo

A determinação da propensão da vegetação à queima é de grande interesse no estudo da dinâmica da cobertura do solo e no manejo de áreas de preservação ambiental. No presente trabalho, aplicamos relações entre condições atmosféricas e o risco de fogo observadas na Floresta Nacional de Lorena, São Paulo, para estimar o grau de suscetibilidade à ocorrência de fogo em três classes principais de vegetação definidas para uma região de estudo que cobre trechos dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, e inclui unidades de conservação federais e outras áreas de interesse ambiental. A aplicação do método resultou em mapas mensais de susceptibilidade ao fogo, para os anos de 2011 e 2012, em função de variáveis ambientais como precipitação, umidade relativa e temperatura do ar. Os resultados apresentam um aumento na susceptibilidade entre os meses de junho e novembro em 2011, e entre os meses de agosto e novembro em 2012, compatível com condições de menor umidade, e corroborado por um aumento no número de focos de calor detectados por satélites no mesmo período. Acreditamos que o método e os resultados aqui apresentados tenham implicações importantes para o manejo das unidades de conservação dentro da região de estudo. Nestas áreas, é desejável que a ocorrência do fogo seja controlada, e métodos que auxiliem no acompanhamento do seu risco dentro das unidades de conservação e seu entorno, desenvolvidos com informações específicas para estas áreas, e que sejam de fácil aplicação são de grande interesse e importância.