Avaliação do risco de extinção do cervo-do-Pantanal Blastocerus dichotomus Illiger, 1815, no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v2i1.233Keywords:
Ciências Biológicas, Ecologia, Meio Ambiente, Biologia da ConservaçãoAbstract
O estado de conservação do cervo-do-pantanal, Blastocerus dichotomus (Illiger, 1815), foi avaliado de acordo com os critérios da IUCN (2001), com base nos dados disponíveis até 2010. Síntese do processo de avaliação pode ser encontrada em Peres et al. (2011) e em Beisiegel et al. (2012). A categoria proposta para o táxon é Vulnerável (VU) segundo o critério A4ade, ou seja, ameaçado, de acordo com informações sobre declínio populacional passado e projeção de declínio populacional futuro. Justificativa - O cervo-do-pantanal é a maior espécie de cervídeo da América Latina, alcançando até 130 Kg. Habita várzeas das planícies de inundação dos grandes rios e seus tributários. Declínio populacional maior que 30%, porém menor do que 50% foi observado nos últimos 18 anos (baseado em observações diretas) especialmente devido a construções de hidrelétricas na Bacia do Rio Paraná, que causou a extinção das populações de várias sub bacias. Existe alta atividade de caça na população dos Rios Araguaia, Paraná e Guaporé. As drenagens das várzeas para uso agropecuário reduzem o habitat da espécie. Há possibilidade futura de introdução de patógenos via ungulados domésticos (especialmente Orbiviroses - Araújo Júnior et al. 2010, Duarte et al. 2001) na população do Pantanal, que representa 88% da população total da espécie. A extensão de ocorrência estimada é maior que 20.000 km2 e a área de ocupação é maior do que 2.000 km2; a população estimada no Brasil é de 25.000 indivíduos maduros e análises quantitativas das probabilidades de extinção foram feitas para as populações do Rio Paraná com baixa probabilidade de extinção em três gerações se as condições atuais forem mantidas. Desta forma, os critérios B, C, D e E não se aplicam à espécie. Não existem evidências de emigração ou imigração diferencial de indivíduos desta espécie entre o Brasil e os países vizinhos, portanto a categoria da espécie não é alterada quando se aplica a avaliação regional. A categoria da espécie não mudou em relação à avaliação nacional anterior (MMA 2003).
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