Diversidade de Mamíferos de Médio e Grande Porte do Parque Estadual Serra de Boa Esperança, Minas Gerais, Sudeste Brasileiro

Autores

  • Claudia Siqueira Alves Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, CP 3037, Lavras, Minas Gerais, CEP 37200-000
  • João Pedro Machado e Souza Departamento de Administração e Economia, Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, CP 3037, Lavras, Minas Gerais, CEP 37200-000
  • Aloysio Souza de Moura Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, CP 3037, Lavras, Minas Gerais, CEP 37200-000
  • Felipe Santana Machado Prefeitura de São Gonçalo do Sapucaí, Escolas Municipais Bento Gonçalves Filho e de Ferreiras, Av. Ibrahim Carvalho - São Gonçalo do Sapucaí, MG, 37490-000
  • Antônio Carlos da Silva Zanzini Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, CP 3037, Lavras, Minas Gerais, CEP 37200-000
  • Marco Aurélio Leite Fontes Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, CP 3037, Lavras, Minas Gerais, CEP 37200-000

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v12i2.1995

Palavras-chave:

Inventário, mastofauna, unidade de conservação, Mata Atlântica, Cerrado

Resumo

O Parque Estadual Serra da Boa Esperança (PESBE) foi criado em 2007 e encontra-se na área ecotonal de Cerrado e Mata Atlântica, dois hotspots de conservação mundial. Localizado na região sul do estado de Minas Gerais e às margens da hidrelétrica de Furnas, a Serra da Boa Esperança é considerada como um Patrimônio Natural. Estudos vêm sendo desenvolvidos no parque e este é o primeiro sobre a mastofauna de médio e grande porte, o que trará maior conhecimento sobre as espécies em unidades de conservação de Minas Gerais e auxiliará no preenchimento de lacunas sobre a riqueza de regiões ecotonais. Este estudo objetivou inventariar a mastofauna de médio e grande porte do PESBE e parte de seu entorno. Os métodos de coleta incluíram armadilhas fotográficas, busca de vestígios, avistamentos e relatos de funcionários em que foram amostradas 29 localidades. Foi criada uma curva do coletor e de riqueza estimada pelo estimador Jackknife de 1a ordem. Foram registradas 16 espécies nativas e três exóticas, representando 71% da riqueza estimada, incluindo exóticas. A composição de mamíferos mostra espécies relevantes e ameaçadas de extinção como mesopredadores e predadores de topo de cadeia. A baixa quantidade de Unidades de Conservação e outras áreas naturais em conectividade com o PESBE e a alta fragmentação tornam a área um local de refúgio para a mastofauna. 

Referências

Aragona M, Setz E. Diet of the maned wolf, Chrysocyon brachyurus (Mammalia: Canidae), during wet and dry seasons at Ibitipoca State Park, Brazil. Journal of Zoology, 254(1): 131–136, 2001.

Araújo, SMVGD. Environmental policy in the Bolsonaro government: the response of environmentalists in the Legislative Arena. Brazilian Political Science Review, 14, 2020.

Azevedo FC, et al. Avaliação do risco de extinção da Onça-parda Puma concolor (Linnaeus, 1771) no Brasil. Biodiversidade Brasileira, 3(1): 107-121, 2013.

Becker M, Dalponte JC. 1991. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. Brasília: Universidade de Brasília, 180p.

Bergallo HG, et al. 2000. A lista de fauna ameaçada: as discrepâncias regionais e a importância e os significados de listas, p. 11-15. In: Bergallo HG, Rocha CFD, Alves MA, Van S M (eds.). A fauna ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Editora UERJ.

Bonesso Sampaio M, Guarino ESG. Efeitos do pastoreio de bovinos na estrutura populacional de plantas em fragmentos de Floresta Ombrófila Mista. Revista Árvore, 31(6): 1035-1046, 2007.

Botelho RGM. 2012. Impactos das Rodovias Sobre as Áreas Protegidas no Brasil: O Caso do Parque Estadual dos Três Picos (RJ), p. 21-25. In: Encontro Científico do Parque Estadual dos Três Picos, Cachoeiras de Macacu. CNPTIA.

Brasil. 2000. Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Diário Oficial da União. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm> Acesso em: 26/03/2021.

Bruna EM, Guimarães JF, Lopes CT, Duarte P, Gomes ACL, Belentani SCS, Pacheco R, Facure, KG, Lemos FG, Vasconcelos HL. Mammalia, Estação Ecológica do Panga, a Cerrado protected area in Minas Gerais state, Brazil. Check List, 6(4): 668-675, 2016.

Carvalho Júnior O, Luz NC. 2019. Pegadas. Série Boas Práticas. Belém: UFPA, 2008. 67p.

CBEE. 2016. Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas. <http://cbee.ufla.br/portal/atropelometro/>. Acesso em: 20/04/2021.

Cheida CC. 2005. Dieta e dispersão de sementes pelo lobo-guará Chrysocyon brachyurus (ILLIGER 1815) em uma área com campo natural, Floresta Ombrófila Mista e silvicultura, Paraná, Brasil. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas), Universidade Federal do Paraná. 127p.

Chiarello AG. Density and population size of mammals in remnants of Brazilian Atlantic Forest. Conservation Biology, 14(6): 1649-1657, 2000.

CI BRASIL – Conservação Internacional do Brasil. 1999. Hotspots: Preservando as riquezas mais ameaçadas da terra. Belo Horizonte: Conservation International, <http://www.eco21.com.br/textos/textos.asp?ID=6> Acesso em: 20/01/2021.

COPAM. Conselho Estadual de Política Ambiental. 2010. Deliberação Normativa nº 147, de 30 de abril de 2010. Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais. Diário do Executivo, Belo Horizonte.

Costa EP, Leite YLR, Fonseca GB, Fonseca MT. Biogeography of South American forest mammals: endemism and diversity in the Atlantic Forest. Biotropica, 32(4b): 872–881, 2000.

Costa LP. et al. Conservação de mamíferos no Brasil. Megadiversidade, 1(1): 103-112, 2005.

Costa MD, Fernandes FAB. Primeiro registro de Lepus europaeus Pallas, 1778 (Mammalia, Lagomorpha, Leporidae) no sul do Estado de Minas Gerais e uma síntese dos registros conhecidos para o sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Zoociências, 12(3): 311-314, 2010.

Drummond GM. et al. Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. 2.ed. Belo Horizonte: Fundação Biodiversistas, 222 p., 2005.

Eduardo AA, Passamani M. Mammals of médium and large size in Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, southeastern Brazil. CheckList, 5(3): 399-404, 2009.

Fernandes ACA. 2003. Censo de mamíferos em alguns fragmentos de Floresta Atlântica no Nordeste do Brasil. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal). Universidade Federal de Pernambuco. 39p.

Hannibal W, Duarte LA, Santos CC. 2015. Mamíferos não voadores do pantanal e entorno. Natureza em Foco. 244 p.

ICMBio. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Volume I. 1. ed. Brasília: ICMBio. 492 p.

IEF. Instituto Estadual de Florestas. 2011. Atlas da fauna em unidades de conservação do estado de Minas Gerais. Instituto Estadual de Florestas. Belo Horizonte: IEF. 284 p.

IEF. Instituto Estadual de Florestas. 2020. Parque Estadual Serra da Boa Esperança. <http://www.ief.mg.gov.br/noticias/280?task=view>. Acesso em: 01/03/2020.

IUCN. International Union for Conservation of Nature. 2020. Lista vermelha das espécies ameaçadas. <https://www.iucnredlist.org/>. Acesso em: 29/05/2020.

Keesen F, Nunes AV, Scoss LM. Updated list of mammals of Rio Doce State Park, Minas Gerais, Brazil. Boletim do Museu De Biologia Mello Leitão, 38(2): 139-162, 2016.

Krebs CJ. Ecological methodology. New York: HR Publishers. 1989. 654 p.

Laurindo RS, et al. Mamíferos em remanescentes florestais de um ecótono Mata Atlântica-Cerrado no sudeste do Brasil. Neotropical Biology and Conservation, 12: 19-29, 2017.

Lawton JH. Population abundance, geographic range and conservation. Witherby lecture. Bird Study, 43: 3-19, 1996.

Lowe S, Browne M, Boudjelas S, De Poorter M. 2004. 100 of the world’s worst invasive alien species: a selection from the global invasive species database. Invasive Species Specialist Group (ISSG) a specialist group of the Species Survival Commission (SSC) of the World Conservation Union (IUCN). 12p.

Machado FS, Almeida AF, Barros DA, Pereira JAA, Silva RA, Pereira AAS. Diversity of medium and large -sized mammals at Atlantic Forest remnants in the south of Minas Gerais State, Brazil. Check List, 12: 1-7, 2016.

Machado FS, Moura AS, Fontes MAL, Mariano RF. Novos registros de mamíferos para a mesorregião do Campo das Vertentes, Minas Gerais, Brasil. Natureza On Line, 16: 37-43, 2018.

Machado FS, Moura AS, Mariano RF, Santos RM, Garcia PO, Oliveira IRC, Fontes MAL. Small mammals in high fragmented landscape in Cerrado/Atlantic Forest ecotone, Southeastern Brazil. Iheringia. Série Zoologia, 111: e-2021022, 2021.

Machado FS, Moura AS, Santos KK, Mendes PB, Abreu TCK, Fontes MAL. Registros ocasionais de mamíferos de médio e grande porte na microrregião de Lavras e São João del Rei, Campo das Vertentes, Minas Gerais. Revista Agrogeoambiental, 9: 35-44, 2017.

Marinho-Filho J, Rodrigues FH, Juarez KM. 2002. The Cerrado Mammals: Diversity, Ecology, and Natural History. p. 266-284. In: The cerrados of Brazil. Columbia University Press.

Martins R, Quadros J, Mazzolli M. Food habits and anthropic interference on the territorial marking activity of Puma concolor and Leopardus pardalis (Carnivora: Felidae) and other carnivores in the Juréia-Itatins Ecological Station, São Paulo, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia, 25(3): 427-435, 2008.

Mazza I, Rosa CA, Souza AC, Aximoff I, Passamani M. Mamíferos de médio e grande porte registrados em florestas dominadas por Araucaria angustifolia na RPPN Alto-Montana, Serra da Mantiqueira. Oecologia Australis, 22(1): 74– 88, 2018.

Melo-Dias M, Passamani M. Mamíferos de médio e grande porte no campus da universidade federal de lavras, sul do estado de Minas Gerais, Brasil. OecologiaAustralis, 22(3): 234-247, 2018.

MG 2007. Decreto 44.520, de 16 de maio de 2007 <http://www.ief.mg.gov.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=280> Acesso em: 20-08-2020

MMA. Ministério do Meio Ambiente. 2014. Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção. <http://www.mma.gov.br/biodiversidade/especies-ameacadas-de-extincao/fauna-meacada>. Acesso em: 01/04/2019.

Moilanen A, Hanski I. On the use of connectivity measures in spatial ecology. Oikos, 95(1): 147-151, 2001.

Morais, THB, Luiz Morais W, Camargo ASO, da Silva AF. Aspectos da historicidade e criação do parque estadual serra da Boa Esperança, Boa Esperança, MG. Brazilian Journal of Development, 7(5), 46341-46348, 2021.

Moura AS, Machado FS, Mariano RF, Leite LH, Fontes MAL. Comunidade de Aves em Campos Rupestres de um Ecótono de Mata Atlântica- Cerrado. Biodiversidade Brasileira, 1-13, 2021.

Moura AS, Machado FS, Mariano RF, Souza CR, Fontes MAL. Bird community of upper-montane rupestrian fields in South of Minas Gerais State, Southeastern Brazil. Acta Scientiarum. Biological Sciences, 42: e48765, 2020.

Moura AS. et al. Primeiro registro da espécie ameaçada de extinção Mymercophagatridactyla (Linnaeus, 1758), tamanduá-bandeira (Xenartha: Mymercophagidae), para o sul de Minas Gerais. Natureza Online, 16(1): 27-30, 2017.

Myers N, Mittermeier RA, Mittermeier CG, Da Fonseca GA, Kent J. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403(6772), 853-858.

Nowell K, Jackson P. 1996. Wild cats: status and conservation action plan. Gland: IUCN, 382p.

Oliveira CF, Rosa CA, Passamani M. Home range and shelter preferences of marsupial Didelphisaurita (Wied-Neuwied, 1826) in a fragmented area in southeastern Brazil. Mammalia, 79(2): 237-240, 2014.

Oliveira MAS, et al. Importância da ingestão da fruta-de-lobo (Solanum lycocarpum, A. St-Hil Solanaceae) pelo lobo-guará (Chrysocyon brachyurus, Canidae) para a germinação das sementes. MG BIOTA, 9(4): 41-58, 2017.

Oliveira NA, Ciochetti G, Pivello VR. Ecologia trófica de Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus) e Jaguatirica (Leopardus pardalis) em duas unidades de conservação do nordeste do estado de São Paulo. Caxambu, 2007.

Oliveira TG. 1994. Neotropical cats: Ecology and conservation. EDUFMA, São Luís, 244 pp.

Paglia AP, et. al. Lista Anotada dos Mamíferos do Brasil. 2.ed. Occasional Papers in Conservation Biology, Arlington, Conservation International. 2012. 76p.

Patterson BD. Patterns and trends in the discovery of new Neotropical mammals. Diversity and Distributions, 6(3), 145-151, 2000.

Penido G, Zanzini ACS. Checklist of large and medium-sized mammals of the Estação Ecológica Mata do Cedro, an Atlantic forest remnant of central Minas Gerais, Brazil. Check List, 8(4): 712-717, 2012.

Polisar J. et al. Jaguars, pumas, their prey base, and cattle range: ecological interpretation of a management problem. Biological Conservation, 109: 297-310, 2003.

Primack RB, Rodrigues E. 2001. Biologia da Conservação. 1. ed. Londrina: Planta, 327p.

Quintela FM, Rosa CA, Feijó A. Updated and annotated checklist of recent mammals from Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 92(Suppl. 2): e20191004, 2020.

Rangel CH, Neiva CHMB. Predação de Vertebrados por Cães Canis lúpus familiaris (Mammalia: Carnivora) no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Biodiversidade Brasileira, 3(2): 261-269, 2013.

Reboita MS, Rodrigues M, Silva LF, Alves MA. Aspectos climáticos do estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Climatologia, 17(11): 307-326, 2015.

Reis NR, et al. Mamíferos do Brasil. Londrina: Nélio R. Reis, 2006. 437 p.

Robinson JG, Redford KH. Body size, diet and population density of neotropical forest mammals. The American Naturalist, 128(5): 665-680, 1986.

Rosa CA, Souza AC. Large and medium-sized mammals of Nova Baden State Park, Minas Gerais, Brazil. CheckList, 13(3): 1–6, 2017.

Sampaio AB, Schmidt IB. Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação Federais do Brasil. Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação Federais do Brasil. Biodiversidade Brasileira, 3(2): 32-49, 2013.

Santos KK, Pacheco GSM, Passamani M. Medium-sizedandlargemammalsfrom Quedas do Rio Bonito Ecological Park, Minas Gerais, Brazil. Check List, 12(1): 1-8, 2016.

Santos RM, Oliveira-Filho Ary T, Eisenlohr PV, Queiroz LP, Cardoso DBOS, Rodal MJN. Identity and relationships of the Arboreal Caatinga among other floristic units of seasonally dry tropical forests (SDTFs) of north-eastern and Central Brazil. Ecology and Evolution, 2: 409-428, 2012.

SBM. 2021. Sociedade Brasileira de Mastozoologia. <https://www.sbmz.org/mamiferos-do-brasil/?fbclid=IwAR2I2UeUQpZHv2P38_run4ACezlsdv13lvhv-PT0M1rN8NZWxOYQtDCT6Hk> Acesso em: 18/08/2020.

Scognamillo D, Maxit IE, Sunquist M, Polisar J. Coexistence of jaguar (Pantheraonca) and puma (Puma concolor) in a mosaic landscape in the Venezuelan llanos. Journal of Zoology of London, 259: 269-279, 2003.

Silveira-Neto, S. et al. 1976. Manual de ecologia dos insetos. São Paulo: Agronômica Ceres, 419 p.

Voss RS, Emmons L. 1996. Mammalian diversity in Neotropical lowland rainforests: a preliminary assessment. Bulletin of the AMNH, 230.

Downloads

Publicado

18/07/2022

Edição

Seção

Fluxo contínuo

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)