<b>Unidades de conservação e proteção contra incêndios florestais: relação entre focos de calor e ações articuladas pelas brigadas contratadas</b>

Autores

  • Rossano Marchetti Ramos Ibama/Prevfogo
  • Rafael Luís Fonseca Programa de Pós-graduação do Departamento de Geografia (PPGGEA) da Universidade de Brasília (UnB), Laboratório de Sistemas de Informações Espaciais (LSIE)
  • Thiago Fonseca Morello Universidade Federal do ABC/Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas/São Bernardo do Campo

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v6i2.558

Resumo

A efetividade das unidades de conservação (UCs) na proteção contra incêndios florestais relaciona-se à capacidade destas em impedir a ocorrência de queimadas com causas antrópicas em seu interior. A formação de brigadas de prevenção combate a incêndios, programa iniciado em 2001, reforçou a estrutura de proteção existente previamente. Para avaliar o efeito da criação das brigadas, comparamos a densidade de focos de calor (focos / km2, satélite NOAA-12) no interior e em uma faixa de 10 km no entorno das unidades. Avaliamos 37 UCs, cujos critérios de seleção foram: ter área mínima de 10.000 hectares e brigada formada entre 2001 e 2004, logo pós a criação do programa. Utilizamos dois períodos nas análises: anterior (1999-2000) e posterior (2005-2006) à criação das brigadas. Não encontramos evidência no período anterior que a densidade de focos no interior das UCs fosse diferente de seu entorno (Z=1,027, p=0,304). Já no período posterior, foi registrada densidade 76% menor nas UCs que em seus entornos (Z=-2,663, p=0,008). A avaliação da evolução temporal, por outro lado, não evidenciou qualquer redução do número de focos de calor nas UCs entre os dois períodos (Z=0,854, p=0,393), mas um aumento na densidade de focos ocorridos nos entornos das UCs (Z=-2,617, p=0,009). Estes resultados evidenciam um aumento da proteção a incêndios florestais conferido às UCs após a criação das brigadas, quando comparada às densidades de interior e entorno das áreas, mas não quando comparamos a evolução das densidades de focos no interior das mesmas. Isso se deve ao fato deste método não incorporar mudanças causadas por fatores extrínsecos às Unidades (ex. clima e aumento da pressão antrópica). Com isso, a variação de focos de calor parece ser um indicador pouco preciso para a avaliação das ações de proteção implementadas. A comparação das densidades de focos no interior e fora deve ser utilizado preferencialmente, quando o entorno atender a premissa de representar o grau de pressão regional a que a UC está sujeita.

Biografia do Autor

Thiago Fonseca Morello, Universidade Federal do ABC/Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas/São Bernardo do Campo

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Publicado

28/12/2016

Edição

Seção

Manejo do Fogo em Áreas Protegidas

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