Caracterização dos Sistemas Agroflorestais em Áreas de Agricultores Familiares em São Francisco do Pará

Autores

  • Paulo César Silva Vasconcelos Universidade Federal Rural da Amazônia, Brasil
  • Jessivaldo Rodrigues Galvão Universidade Federal Rural da Amazônia , Brasil
  • Mauro Junior Borges Pacheco Universidade Federal Rural da Amazônia, Brasil
  • Thiago Costa Viana Universidade Federal do Maranhão, Brasi
  • João da Luz Freitas Universidade Federal Rural da Amazônia, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v12i2.2001

Palavras-chave:

SAF’s, agricultura familiar, composição florística.

Resumo

As experiências com sistemas agroflorestais (SAFs) comerciais multiestratificados, na Amazônia, provêm principalmente das unidades de produção dos agricultores familiares e os agricultores priorizam as espécies frutíferas, no entanto são poucas as informações silviculturais sobre as espécies perenes e sobre o manejo desses sistemas. O objetivo do trabalho foi avaliar, tecnicamente, os sistemas agroflorestais comerciais em áreas de agricultores familiares no município de São Francisco do Pará. Para tanto, foi analisada a composição florística dos SAFs, considerando a natureza, o arranjo e a função produtora dos componentes dos sistemas existentes, o manejo desses sistemas, assim como foram identificadas espécies preferenciais à adoção, pelos agricultores familiares do município. Foram identificadas 68 experiências em SAFs das quais, 51 apresentaram características distintas em termos de componentes. A família botânica mais frequente foi Arecaceae com cinco espécies, seguida de Anacardiaceae com três. O calendário agrícola demonstrou que as atividades de preparo do solo e implantação dos cultivos são realizadas do final do período seco até o final do período de maior pluviosidade, as capinas no período chuvoso, enquanto que a roçagem o coroamento e a colheita, em geral, podem ser realizados o ano todo. A preferência dos agricultores para as plantas perenes frutíferas de Theobroma grandiflorum e Euterpe oleracea confirmaram a identificação. Porém houve interesse nos Citrus spp. e em Pipper nigrum e Musa sp. Entre as anuais Manihot esculenta foi a de maior interesse.

Referências

Almeida EN, Galloway, G Current, D, Lok R, Prins C. Adopción de prácticas agroforestales en el municipio de San Juan Opico, El Salvador. Turrialba, Agroforesteria En Las Américas, 6(23): 1999.

Brilhante MO, Rodrigues FQ, Brilhante NA, Penereiro FM, Ludewigs T, Flores AL, Souza JF. 2006. Avaliação da sustentabilidade de sistemas agroflorestais no Vale Do Juruá, Estado do Acre. . Acesso em: 25/08/2007.

Conceição MFC. 1990. Políticas e colonos na bragantina, estado do Pará: um trem, a terra e a mandioca. Tese (Mestrado em Sociologia). Universidade Estadual de Campinas. 320p.

Fearniside FM. 1998. Agro-Silvicultura na política de desenvolvimento na Amazônia brasileira: a importância e os limites de seu uso em áreas degradadas, p. 293-312. In: Gascon G & Moutinho P. Floresta Amazônica: Dinâmica, Regeneração e Manejo. Inpa/Manaus.

Fischer AE, Vasseur L. 2002. Smallholder Perceptions Of Agroforestry Projects In Panamá, 54: p.103-113. In: Agroforestry Systems. Kluwer, Netherlands.

Franke IL, Lunz AMP, Amaral EF. 1998. Caracterização sócio-econômica dos agricultores do grupo Nova União, Senador Guiomar Santos, Acre: ênfase para implantação de sistemas agroflorestais. rio branco: Embrapa-Cpaf/Ac. 39p.

Hurtienne T. 2005. Agricultura familiar e desenvolvimento rural sustentável na Amazônia, 8(1): p.19-71. In: Novos cadernos NAEA. UFPA.

Huxley PA. 1979. Comments on agroforestry classifications: with special reference to plant aspects, p. 161-171.

IBGE – SIDRA. Sistema IBGE de recuperação automática–SIDRA. Censo Agropecuário, 2020. <https://sidra.ibge.gov.br/home/pimpfbr/brasil>. Acesso em: 03/04/2021

IDESP (Instituto de Desenvolvimento Econômico-Social do Pará). 1993. Síntese dos Municípios. Estudos Climáticos do Estado do Pará. p.1-7.

Köppen W, Geiger R. 1939. Handbuch der Klimatologie, Berlin:Borntraeger. 6(1).

Mercer DE. 2004. Adoption of agroforestry innovations in the tropics: a review, p.311-328. In: Agroforestry Systems. Kluwer, Netherlands. 204411(1).

Petersen PE, Romano JO (Org,). 1999. Abordagens participativas para o desenvolvimento local. As-Pta/Actionaid-Brasil. 144p.

Pinheiro E, Viégas IJM, Silva HM, Valente MA. 2001. Avaliação agrotécnica dos seringais marathon, São Francisco e Santana, situados no município de São Francisco do Pará. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 28p.

Pompeu GSS. 2007. Experiências com sistemas agroflorestais comerciais na microrregião bragantina: o caso dos agricultores familiares do município de Bragança-PA. Dissertação. (Curso de Mestrado em Ciências Florestais). Ufra.

Rosa LS. 2002. Limites e possibilidades do uso sustentável dos produtos madeireiros e não madeireiros na Amazônia brasileira: o caso dos pequenos agricultores da Vila Boa Esperança, em Moju, no Estado do Pará. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Pará/Núcleo de Altos Estudos da Amazônia, Belém, PA. 304p.

Rosa LS, Vieira TA, Santos APA, Meneses AAS, Rodrigues AF, Perote JRS, Lopez CVC. 2009. Limites e oportunidades para a adoção de sistemas agroflorestais pelos agricultores familiares da microrregião Bragantina, PA, p.645-670. In: PORRO, R. (Org.). Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação. Brasília: Embrapa/Icraf.

Santos WM, Faria LR, Rocha AFM, Vale LSR, Silva KC. Sistema Agroflorestal na Agricultura Familiar. Revista UFG, 20, 2020.

Schönhuth M. 1994. Diagnostico rural participativo: méthodos participativos de diagnostico y planificación en la coperación al desarrollo; Una Introdución Comentada. Eschborn: Gtz. 137p.

Silva PMP, Costa JKF, Araújo TSO. Uso de sistema agroflorestal como técnica de recuperação de áreas degradas no bioma Amazônico. INOVAE-Journal of Engineering, Architecture and Technology Innovation 6(1): 279-299, 2018.

Vieira TA. 2006. Sistemas agroflorestais em áreas de agricultores familiares no município de Igarapé-Açu, Pará: adoção, composição florística e gênero. Tese (Mestrado). Ufra. 99p.

Whiteside M (Comp.). 1994. Diagnóstico (participativo) rápido rural: manual de técnicas. Comissão Nacional do Meio Ambiente, P, O. Box Nº. 2020, Mapuco, Moçambique. 64p.

Wiesenmüller J. 2004. Sistemas de produção e manejo dos recursos naturais da agricultura familiar no nordeste paraense – o caso de Capitão Poço. Belém, Ded/Naea/Ufpa, 35p.

Downloads

Publicado

24/03/2022

Edição

Seção

Fluxo contínuo