Importância do manejo integrado do fogo na preservação da terra indígena Xerente

Autores/as

  • Pedro Paulo Gomes da Silva Xerente Associação dos Brigadistas Xerente, Tocantínia. Tocantins, Brasil
  • Conceição Pereira Costa Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Palmas, Tocantins, Brasil
  • Waner Gonçalves Lima Instituto Brasileiro do Meio Ambientes e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1234

Palabras clave:

Cerrado, manejo do foge de baixa intensidade

Resumen

O Cerrado da Terra Indígena Xerente, localizada na porção leste do Rio Tocantins, no município de Tocantínia, Estado do Tocantins, Brasil, tem sofrido ao longo dos anos, incêndios de grandes proporções e severidade bastante prejudicial a este bioma, observando-se uma redução das matas ciliares provocadas pelo efeito de borda dos incêndios, tornando em alguns casos córregos perenes em córregos temporários. Com o manejo do fogo realizado pelos Brigadistas Federais Indígenas do Prevfogo/Ibama, pretendeu-se diminuir os impactos sobre as matas, pois são áreas de maior vulnerabilidade aos impactos dos incêndios. Foram desenvolvidas técnicas de uso do fogo baseadas na utilização de mapas de combustível georreferenciado e em conhecimentos tradicionais de tipos de vegetação, condições climáticas e horários para se fazer o uso do fogo na área desejada. Os resultados dos manejos em áreas de frutificação foram os mais positivos, pois com o manejo não houve interrupção do processo produtivo das áreas de frutificação natural, segundo orientações dos anciões, o fogo na época correta influencia a produtividade das plantas. Com o uso do fogo no manejo do cerrado, aumentou a sincronia entre a política pública estatal e as comunidades indígenas, pois houve um intenso diálogo de valorização dos seus conhecimentos tradicionais e seus anseios. O uso do fogo deixou de ser proibido e passou a ser usado de forma totalmente controlada como antes era feito pelos indígenas. Essas ações exitosas marcaram o início da regeneração do ecossistema cerrado nas Terras Indígenas Xerente e Funil, o aumento da diversidade de plantas e animais, e da perenização de nascentes e córregos. Para se ter uma Comunidade empoderada da gestão do ambiente e que continue realizando suas práticas culturais, de produção e preservação da natureza com inserção de novas tecnologias que auxiliam as técnicas tradicionais adquiridas há milênios pelo povo Akwẽ, faz-se necessário a continuidade da troca de informações, desenvolvimento de novos conhecimentos, e das ações de uso do fogo de baixa intensidade

Biografía del autor/a

Pedro Paulo Gomes da Silva Xerente, Associação dos Brigadistas Xerente, Tocantínia. Tocantins, Brasil

Indígena Xerente

Graduado em Administração, atuante nas áreas sócio-cultural e ambiental, com públicos indígenas.

Deenvolve atividades voltadas a prevenção e combate aos incêndios florestais utilizando conhecimentos técnicos e tradicionais.

Conceição Pereira Costa, Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Palmas, Tocantins, Brasil

Servidor da Funai.

Atua nas Terras Indígenas há mais de duas décadas em especial na prevenção e no combate aos incêndios florestais.

Waner Gonçalves Lima, Instituto Brasileiro do Meio Ambientes e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)

Servidor do IBAMA no Estado do Tocantins, responsável pelo Prevfogo do estado.

Publicado

15/05/2019