Banco de dados de produtos não madeireiros da floresta nacional do Tapirapé-Aquiri, Serra de Carajás

Autores

  • Luana do Carmi Oliveira Ferreira Universidade do Estado do Pará/UEPA, Brasil.
  • Alexandre Pereira da Costa Neto Universidade do Estado do Pará/UEPA, Brasil
  • Gleysla Gonçalves de Carvalho Fernandes Universidade do Estado do Pará/UEPA, Brasil
  • Álisson Rangel Albuquerque Universidade do Estado do Pará/UEPA, Brasil
  • André Luis Macedo Vieira Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v12i1.1841

Palavras-chave:

Banco de dados, ; produtos não madeireiros, uso sustentável

Resumo

Conhecidos por suas diversas formas de utilização, os produtos florestais não madeireiros caracterizam-se como todo é qualquer produto de origem vegetal e arbórea, exceto madeira.  Esses produtos compõem os modos de vida de povos indígenas e populações tradicionais que residem o interior de áreas florestais e rurais. O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento, alimentação e disponibilização de um banco de dados de produtos florestais não madeireiros da Floresta Nacional Tapirapé Aquiri (FLONATA). Para isso, dividiu-se a criação do banco de dados em três etapas: construção, alimentação e disponibilização de informações referentes à dinâmica desses produtos. Foram encontradas 182 espécies, sendo estas pertencentes a 142 gêneros e 61 famílias botânicas. Do total, 82 espécies apresentaram potenciais de uso não madeireiro e destas, 40% são utilizadas para fins alimentícios, como o fruto do cacau-do-mato (Theobroma speciosum). Cerca de 12% das espécies apresentaram uso medicinal, como a casca do bre-sucuúba (Protium amazonicum) e 19% apresentam mais de um tipo de utilidade como é o caso da bacaba (Oenocarpus bacaba). Com a futura finalização do banco de dados o mesmo poderá ser utilizado pela comunidade para conhecer e compreender os principais produtos dentro da unidade de conservação, propiciando o desenvolvimento de ações conservacionistas, ecológicas e de cunho social.

Referências

Alcântara GA. Caracterização farmacognóstica e atividade antimicrobiana da folha e casca do caule da Myrcia rostrata DC. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) Universidade Federal de Goiás, 2012. Alho CJR. Importância da biodiversidade para a saúde humana: uma perspectiva ecológica. Estudos avançados, 26 (74): 156-164, 2012.

Balzon DR, Silva JCGL, Santos AJ. Aspectos mercadológicos de produtos florestais não madeireiros análise retrospectiva. Floresta, 34 (3): 363-371, 2004.

Barros D et al. Casca Preciosa (Aniba canelilla) como Inibidor de Corrosão do Aço Carbono. Revista Virtual de Química, 7(5): 1743-1755, 2015.

Brasil. Decreto n 97.720, de 5 de maio de 1989. Diário Oficial da União. < http://legis.senado.leg.br/ norma/520360/publicacao/15802334>. Acesso em: 15/06/2019.

Bertolini CA, Tech ARB, Perreira LET. 2019. Desenvolvimento de software para aquisição de índices de vegetação: aplicações no monitoramento de pastagens, p. 21. In: IV Simpósio de Pós-Graduação em Zootecnia. Edição Especial. 2019.

Bezerra VS. O Inajá (Maximiliana maripa (Aubl.) Drude) como fonte alimentar e oleaginosa. Comunicado técnico. Embrapa Amapá, 2011.

Borges C, Borges MM, Ferreira VDRS, Najberg E, Tete MF. Empreendedorismo sustentável: proposição de uma tipologia e sugestões de pesquisa. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 2 (1): 77-100, 2013.

Cabral DLDV. 2014. Potencial antimicrobiano de plantas da caatinga utilizadas na medicina tradicional como anti-inflamatórias. Tese (Doutorado em Ciências farmacêuticas). Universidade Federal de Pernambuco.

Carvalho JOP. Manejo de regeneração natural de espécies florestais. Comunicado técnico 296. Embrapa Amazônia Ocidental,1984. 22p.

Carvalho PER. Cumaru-Ferro Dipteryx odorata. Comunicado técnico 225. Embrapa Florestas, 23, 2009.

Carvalho PER. Juazeiro-Ziziphus joazeiro. Comunicado técnico. Embrapa Florestas, 2007.

Costa KJA et al. Aspectos fenológicos do açoita-cavaloLuehea speciosa Willd. (Malvaceae). In: Seminário de Iniciação Científica da Embrapa Amazônia Oriental p.21., 2017, Belém, PA.

Costa GM, Pimentel HVC, Cavalcante MMA. Implicações da implantação de usinas hidrelétricas e unidades de conservação na hidrográfica do rio amazonas. Revista Equador, 9 (3): 233-251, 2020.

Costa MPD. 2012. Atividade biológica da seiva e de compostos extraídos da seiva de Hymenaea courbaril sobre leveduras e fungos filamentosos. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical e Saúde Pública). Universidade Federal de Goiás, 2012.

Couto RS. Estruturação, modelagem e implementação de banco de dados geoespaciais para o cadastro ambiental rural. Dissertação (Mestrado em Geociências Aplicadas). Universidade de Brasília, 2017.

Cruz ED. Germinação de sementes de espécies amazônicas: acariquara (Minquartia guianensis Aubl.). Comunicado técnico 296. Embrapa Amazônia Ocidental, 2010.

Elias GA, Santos R. Produtos florestais não madeireiros e valor potencial de exploração sustentável da Floresta Atlântica no Sul de Santa Catarina. Ciência Florestal, 26(1): 249-262, 2016.

Falcão MA, Lieras E. Aspectos fenológicos, ecológicos e de produtividade do mapati (Pourouma crecopiifolia Mart.). Acta Amazônica, 10: 711-724, 1980.

Falcão MDA, Clement CR. Fenologia e produtividade do Infá-Cipó (Inga edulis) na Amazônia Central. Acta amazônica, 30, 173-180, 2020.

Ferrari PA. 2020. Banco de dados etnobotânicos: construção de uma ferramenta de armazenamento e proteção de informações sobre a sociobiodiversidade. TCC (Graduação em Ciências Biológicas). Universidade Federal de Santa Cantarina. Ferreira, M. Bacaba (Oenocarpus bacaba Mart.). Comunicado técnico. Embrapa Rondônia, 2005.

Guerra FGPQ, Santos AJ, Sanquetta CR, Bittencourt AM, Almeida NA. Quantificação e valoração de produtos florestais não-madeireiros. Floresta, 39(2): 431-439. 2008.

Hilbert M, López P. The Worlds Technological Capacity. Science, 332: 60 - 65, 2011.

Homma, A. 2014. Extrativismo vegetal na Amazônia: história, ecologia, economia e domesticação. Brasília, DF: Embrapa Amazônia Oriental – Livro científico. 468p.

IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Plano de Manejo para Uso Múltiplo da Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri. 2006.< http://www.ibama.gov.br/index.php>. Acesso em: 23/10/2018

ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). 2006. Plano de manejo para uso múltiplo da Floresta Nacional do Tapirapé Aquiri. . Acesso em: 25/10/2018.

INPA (Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas). 2019. Lista das Espécies Florestais e Arbustivas de Interesse Econômico na Amazônia Ocidental. Disponível em: Acesso em: 04/01/2019.

Kruel VTF, Peixoto AL. Etnobotânica na Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica, 18(1), 2004.

Lima RB, Ferreira RLC, Silva JAA, Guedes MC, Silva DAS, Oliveira CP. Valoração de componentes não madeireiros na Amazônia: metodologias de quantificação para a geração de renda. Brazilian Applied Science Review, 4 (2): 561-591, 2020.

Magalhães, LM. Identificação de flavonoides por LCMS/MS no extrato de folhas da Trattinnickia rhoifolia (Willd) e avaliação da atividade antioxidante. Acesso em 12/11/2019.

Mendoza, AY, Santana RS, Santos VS, Lima RA. Diversidade de Basidiomycota na Reserva Natural Palmari, Amazonas, Brasil. Gestão e Sustentabilidade Ambiental, 7(4): 324-340, 2018.

Mateus ACC. Os conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade amazônica: proteção jurídica e sustentabilidade. Ponto de vista Jurídico, 8 (2), 2019.

Martão VM. 2013. Atividade antioxidante in vitro de plantas medicinais da Amazônia Ocidental. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente). Universidade Federal de Rondônia.

Mobin M. Análise MDGC-MS de óleos essenciais de Protium heptaphyllum (Aubl.) e sua atividade antifúngica contra a espécie cândida. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 18, 531-538, 2016.

MySQL. MySQL 8.0 Reference Manual. 2018. Acesso em: 10/11/2018.

Norder LA. Agroecologia em terras indígenas no Brasil: uma revisão bibliográfica. Espaço Ameríndio, 13(2): 291-329, 2019.

Oliveira MS, Melo NF, dos Santos LC, de Oliveira WP. Banco de dados No-SQL X Banco de dados SQL South American Development Society Journal, 4 (11): 298, 2018.

Palheta RA, Morais VMC, Furtado ACS, Souza PR, Vieira WO. Extrativismo de produtos não madeireiros: um estudo de caso na comunidade quilombola Menino Jesus – PA. In VII Simpósio de Ciências e Estudos Ambientais da Amazônia, Belém. 2017

Pereira CMS, Assis WS, Araújo CS. O manejo da Andiroba e a contribuição para a preservação ambiental: o caso do Grupo de Trabalhadoras Artesanais e Extrativistas (GTAE) do Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta Piranheira (PAE)-PA. Cadernos de Agroecologia, 10 (3), 2016. Perreira MRN, Tonini H. Fenologia da Andiroba (Carapa guianensis Aubl.) no sul do estado de Roraima. Ciência Florestal, 22(1): 47-58, 2012.

Piva LRO, Sanquetta CR, Wojciechowski J, Corte, AP. Fitossociologia em comunidades florestais do projeto RadamBrasil no Bioma Amazônia. Biofix Scientific Journal, 5(2): 264-271, 2020.

Pinto PM., 2013. Pós-colheita de abiu, bacupari e camu-camu, nativos da Região Amazônica, cultivados no Estado de São Paulo. Tese (Doutorado e Fitotecnia). Universidade de São Paulo.

Pieri FA, Mussi MC, Moreira MAS. Óleo de copaíba (Copaifera sp.): histórico, extração, aplicações industriais e propriedades medicinais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 11, 465-472, 2009.

Prospera ETP., 2010. Caracterização da fruta do Jacaratia spinosa e processamento do doce de jaracatiá em calda com avaliação da estabilidade. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos). Universidade de São Paulo 139p.

Predozo EA, Silva TN, Sato SAS, Oliveira NDA. Produtos Florestais Não Madeiráveis (PFNMS): as Filières do Açaí e da Castanha da Amazônia. Administração e Negócios da Amazônia-RARA, 3(2): 88-112, 2011.

Queiroz JAL, Machado AS, Husokawa RT, Silva IC. Estrutura e Dinâmica de floresta de várzea no Estuário amazônico no estado do Amapá. Floresta, 3, 2007.

Ribeiro HMC, Ferreira FN. O Valor da Biodiversidade e o Mecanismo de Acesso e Repartição de Benefícios na Amazônia. In V Congresso Internacional de Direito Ambiental, 2018.

Rolim SG, Couto HTZD, Jesus RMD, França JT. Modelos volumétricos para a floresta nacional do Tapirapé-aquirí, Serra dos Carajás (PA). Acta Amazônica, 36, 107-114, 2006.

Rocha, AKP, Alves CP, Silva JN, Silva TGF, Leite MLMV, Cirino JB. Main ecosystems used as native pasture in Brazil: a review. Research, Society and Development, 9(10), 2020.

Rodrigues SR, dos Santos DRS, da Silva MM, Araujo A, Rocha CGS. Composição florística de fragmento de floresta secundária em áreas de proteção permanente do Igarapé Dispensa, no Projeto de Assentamento Assurini em Altamira, Pará. Biotemas, 33(1): 1-11, 2020.

Santos DL, Moraes JS, de Souza Araújo ZT, da Silva IR. Saberes tradicionais sobre plantas medicinais na conservação da biodiversidade amazônica. Ciências em Foco, 12 (1), 2019.

Schawartz G, Nascimento NA, Menezes AJEA. Estrutura populacional de espécies de interesse florestal não madeireiro no sudeste do Pará, Brasil. Amazônia: Ciência & Desenvolvimento, 4 (7), 2008.

Silva CK. 2014. Potencial produtivo e manejo de dois produtos florestais não madeireiros no contexto Amazônico – o cipó-titica (Heteropsis spp.) e o óleo de copaíba (Copaifera spp). Tese (Doutorado em recursos florestais). Univeridade de São Paulo, 2014.

Silva M, Martins B, Nagy A, Maciel N. Políticas públicas do Brasil para produtos florestais não madeireiros. The Overarching Issues of the European Space- a strategic (re)positioning of environmental and socio-economic. Faculdade Letras Univ. Porto. 255-273, 2016.

Silva, L. C. Banco de Dados para Web. 1. ed. São Paulo: Érica, 2001.

Silva EAS. 2006. Estudo dos óleos essenciais extraídos de resinas de espécies Protium spp. Tese de Doutorado (Mestre em Ciências). Universidade de São Paulo.

Silveira MI, Kern DC, Berreno JF, Costa JA, Costa ML COSTA. Um milênio de ocupações arqueológicas com manchas de terra preta em floresta na região de Carajás, Pará, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais, 11(1): 11-31, 2016.

Silveira MI, Rodrigues MCLF, Oliveira ER, Losier LM. Arqueologia na floresta: contribuição metodológica da pesquisa na Floresta Nacional Tapirapé-Aquiri – FLONATA, área do Salobo, Pará. R. Museu Arq. Etn, 25: 133-167, 2015.

Souza EC, Oliveira MR. Comparativo entre os bancos de dados MYSQL e Mongobb: quando o MongoDB é indicado para o desenvolvimento de uma aplicação. Revista Interface Tecnológica, 16(2): 38-48, 2019.

Soares TS, Fiedler NC, Silva JA, Gasparini AJ. Produtos Florestais Não Madeireiros. Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal, 11 (7), 2008.

Sousa RL, Almeida BB, Silva RP, Albuquerque LCS, Cordeiro YEM. Óleo de andiroba: extração, comercialização e usos tradicionais na comunidade Mamangal, Igarapé-Miri, Pará. Biodiversidade, 18(1), 2019.

Ter Steege et al. The discovery of the Amazonian tree flora with an updated checklist of all known tree taxa. Scientific Reports, 6, 1-15, 2016.

Théry NAM, Théry H. Carajás-Parauapebas: conflitos entre modelos de desenvolvimento na Amazônia Oriental. Praia Vermel ha, Rio de Janeiro, 19(2): 73- 88, 2009.

Vieira ALM, Mendonça MV, Albuquerque SS, Bezerra JR, Gondin R. Práticas agroecológicas no entorno da Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri. Cadernos de Agroecologia, 13(1), 2018.

Vries, P. Sampling Theory for Forest Inventory: A TeachYourself Course. Berlin, Heidelberg, New York, London, Paris, Tokyo: Springer-Verlag. 1986. 408p.

Ximenes LC, Gama JRV, Bezerra TG, Cruz GS Importância do açaí na renda mensal da comunidade quilombola Murumuru em Santarém, Pará. IberoAmericana de Ciências Ambientais, 11(2), 2020.

Yuyama, LKO et al. Caracterização físico-química do suco de açaí de Euterpe precatoria Mart. oriundo de diferentes ecossistemas amazônicos. Acta Amazônica, Manaus, 41(4): 545-552, 2011.

Zoghbi MGB, Siqueira JBG, Wolter ELA, Júnior OLP. Constituintes Químicos de Protium paniculatum (Burseraceae). Acta Amazônica, 24, 59-61, 1994.

Downloads

Publicado

18/01/2022 — Atualizado em 15/02/2022

Versões

Edição

Seção

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – Pibic/ICMBio