Distribuição das Espécies de Aves Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná de Acordo com a Ciência Cidadã

Autores

  • Marcella Rosa Rossoni de Paula Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco
  • Carlos Alberto Mucelin Universidade Estadual de Maringá, Brasil
  • Vagner Cavarzere Universidade Tecnológica Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v12i2.1884

Palavras-chave:

Categorias de ameaça , listas de espécies, WikiAves

Resumo

O estado do Paraná possui 766 espécies de aves, das quais 126 estão ameaçadas de extinção. Como as aves ameaçadas constituem importante ferramenta para tomadores de decisão de conservação, objetivamos avaliar a situação das aves ameaçadas no Paraná e determinar suas distribuições. Coletamos dados em site de ciência cidadã, o que nos permitiu determinar o número de espécies registradas por município. Ao todo foram utilizados 4.598 registros realizados em 126 municípios paranaenses de 96 espécies ameaçadas, das quais 15 são classificadas como Criticamente Ameaçadas, 34 como Em Perigo e 47 como Vulneráveis em nível estadual. Espécies endêmicas da Mata Atlântica representam 30% da assembleia de aves, mas respondem por 46% de todos os registros, o que sugere que usuários procuram essas espécies não aleatoriamente. As suas distribuições estão associadas à presença de vegetação remanescente e à população humana em cada município. A maioria das espécies foi encontrada em municípios litorâneos, onde se encontram a Serra do Mar e os grandes centros urbanos. O número de registros de determinada espécie independe do número de municípios em que é relatada. A ciência cidadã colabora grandemente com informações para o conhecimento da distribuição das espécies ameaçadas. 

Referências

Ballard HL, Phillips TB, Robinson L. 2018. Conservation outcomes of citizen science, p. 254-268. In: Hecker S, Haklay M, Bowser A, Makuch Z, Vogel J, Bonn A (orgs.). Citizen Science – Innovation in Open Science, Society and Policy. UCL Press. 542p.

Bíl M, Heigl F, Janoška Z, Vercayie D, Perkins SE. Benefits and challenges of collaborating with volunteers: Examples from National Wildlife Roadkill Reporting Systems in Europe. Journal for Nature Conservation, 54: 125798, 2020.

Chrostowski T. Z kolonii polskich w Paranie, I. Ziemia, 2(49/50): 802-805, 1911.

Degroote LW, Hingst‐Zaher E, Lima LM, Whitacre J, Slyder JB, Wenzel JW. Citizen science data reveals the cryptic migration of the Common Potoo Nyctibius griseus in Brazil. Ibis, 163(2): 380-389, 2020.

Devictor V, Whittaker RJ, Beltrame C. Beyond scarcity: citizen science programmes as useful tools for conservation biogeography. Diversity and Distributions, 16(3): 354-362, 2010.

Farias M, Roper J, Cavarzere V. Bird communities and their conservation priorities are better understood through the integration of traditional and citizen science data: an example from brazilian Atlantic Forest. Citizen Science: Theory and Practice, 7(1): 1-13, 2022.

Fritzsons E, Mantovani LE, Wrege MS, Neto AC. Análise da pluviometria para definição de zonas homogêneas no Estado do Paraná. RA’E GA - O Espaço Geográfico em Análise, 23: 555-572, 2011.

Galindo-Leal C, Câmara IG. 2003. The Atlantic Forest of South America: biodiversity status, threats, and outlook (vol. 1). Island Press.

Henckel L, Bradter U, Jönsson M, Isaac NJB, Snäll T. Assessing the usefulness of citizen science data for habitat suitability modelling: Opportunistic reporting versus sampling based on a systematic protocol. Diversity and Distributions, 26(10): 1276-1290, 2020.

ICMBio/MMA. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume III – Aves. 1 ed. 709p.

Instituto Agronômico do Estado do Paraná (IAPAR). 1994. Cartas climáticas do estado do Paraná. IAPAR. 49p.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2012. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 272p.

International Union for Conservation of Nature (IUCN). The IUCN Red List of Threatened Species. 2019. < https://www.iucnredlist.org>. Acesso em 01/02/2021.

Johnston A, Moran N, Musgrove A, Fink D, Baillie SR. Estimating species distributions from spatially biased citizen science data. Ecological Modelling, 422: 108927, 2020.

Klemann-Junior L, Vallejos MAV, Scherer-Neto P, Vitule JR. Traditional scientific data vs. uncoordinated citizen science effort: a review of the current status and comparison of data on avifauna in Southern Brazil. PloS One, 12(12): e0188819, 2017.

Koeppen W. 1948. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. 1 ed. Fondo de Cultura Económica. 478p.

Lees AC, Martin RW. Exposing hidden endemism in a Neotropical forest raptor using citizen science. Ibis, 157(1): 103-114, 2015.

Maack R. 2017. Geografia física do Estado do Paraná. 4 ed. UEPG. 526p.

Martinelli G, Moraes MA. 2013. Livro vermelho da flora do Brasil. 1 ed. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 1102p.

Mittermeier RA, Turner WR, Larsen FW, Brooks TM, Gascon C. (2011). Global biodiversity conservation: the critical role of hotspots, p. 3-22. In: Zachos FE, Habel JC (eds.). Biodiversity hotspots. Distribution and protection of conservation priority areas. Springer. 546p.

Morante-Filho JC, Benchimol M, Faria D. Landscape composition is the strongest determinant of bird occupancy patterns in tropical forest patches. Landscape Ecology, 36: 105-117, 2021.

Myers N, Mittermeier RA, Fonseca GAB, Kent J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403(6772): 853-358, 2000.

Pacheco JF, et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee—second edition. Ornithology Research, 29: 94-105, 2021.

Paraná. 2018. Decreto No 11.797, de 22 de novembro de 2018. Reconhece e atualiza lista de espécies de aves pertencentes à fauna silvestre ameaçadas de extinção no estado do Paraná e dá outras providências, atendendo o Decreto No 3.148, de 2004. Diário Oficial Do Paraná. <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=369613>. Acesso em 01/02/2021.

Possingham HP, Andelman SJ, Burgman MA, Medellı́n RA, Master LL, Keith DA. Limits to the use of threatened species lists. Trends in Ecology & Evolution, 17(11): 503-507, 2002.

Projeto MapBiomas. 2022. Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil. < https://mapbiomas.org/estatisticas>. Acesso em 30/04/2022.

R Core Team. 2019. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. <https://www.r-project.org>. Acesso em: 12/01/2020.

Rezende CL, et al. From hotspot to hopespot: an opportunity for the Brazilian Atlantic Forest. Perspectives in Ecology and Conservation, 16(4): 208-214, 2018.

Ribeiro MC, Metzger JP, Martensen AC, Ponzoni FJ, Hirota MM. The Brazilian Atlantic Forest: how much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation, 142(6): 1141-1153, 2009.

Sakamoto Y, Ishiguro M, Kitagawa G. 1986. Akaike information criterion statistics. D. Reidel. 81p.

Scherer-Neto P, Straube FC, Carrano E, Urben-Filho A. Lista das aves do Paraná. Hori Cadernos Técnicos, 2: 1-130, 2011.

Schubert SC, Manica LT, Guaraldo ADC. Revealing the potential of a huge citizen-science platform to study bird migration. Emu-Austral Ornithology, 119(4): 364-373, 2019

Silva WL, et al. Tendências observadas em indicadores de extremos climáticos de temperatura e precipitação no estado do Paraná. Revista Brasileira de Meteorologia, 30(2): 181-194, 2015.

Silveira LF, et al. Para que servem os inventários de fauna? Estudos Avançados, 24(68): 173-207, 2010.

Silvertown J. A new dawn for citizen science. Trends in Ecology & Evolution, 24(9): 467-471, 2009.

Straube FC. 2012. Ruínas e urubus: história da ornitologia no Paraná. Período de Natterer, 1 (1820 a 1834). Hori Consultoria Ambiental. 241p.

Straube FC. 2016. Ruínas e urubus: história da ornitologia no Paraná. Período de Chrostowski, 2 (1910). Hori Consultoria Ambiental. 457 p.

Vale MM, Tourinho L, Lorini ML, Rajão H, Figueiredo MSL. Endemic birds of the Atlantic Forest: traits, conservation status, and patterns of biodiversity. Journal of Field Ornithology, 89(3): 193-206, 2018.

Downloads

Publicado

05/07/2022

Edição

Seção

Fluxo contínuo