Empoderamento de comunidades rurais e o estabelecimento de uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável: Estudo de caso nos Areais da Ribanceira, Imbituba – SC

Autores

  • Sofia Zank Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Laboratório de Ecologia Humana e Etnobotânica, Florianópolis, SC, Brasil
  • Natalia Hanazaki Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Laboratório de Ecologia Humana e Etnobotânica, Florianópolis, SC, Brasil
  • Ana Luiza Arraes de Alencar Assis Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Laboratório de Ecologia Humana e Etnobotânica, Florianópolis, SC, Brasil
  • Walter de Boef Wageningen University and Research Centre-Wageningen UR, Centre for Development Innovation-CDI, Wageningen, Paises Baixos
  • Nivaldo Peroni Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Laboratório de Ecologia Humana e Etnobotânica, Florianópolis, SC, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v2i2.272

Palavras-chave:

conservação in situ, empoderamento, manejo comunitário de biodiversidade, recursos vegetais, unidades de conservação

Resumo

Neste trabalho o nosso objetivo foi analisar o empoderamento da comunidade dos Areais da Ribanceira, no município de Imbituba (SC), que luta pelo reconhecimento de sua tradicionalidade e pelo estabelecimento de uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável. Os estudos de empoderamento no contexto de unidades de conservação colaboram para estabelecer uma forma de conservação da biodiversidade que realmente possibilite a inclusão e o envolvimento das comunidades locais no processo de conservação. Para a coleta de dados utilizaram-se entrevistas com membros de unidades familiares, lideranças e agentes externos, além de oficinas e ferramentas de pesquisa participativa com a comunidade e lideranças locais. O empoderamento da comunidade dos Areais da Ribanceira é mais desenvolvido no domínio social, quando comparado com os domínios legal e econômico. A ameaça de perda do território foi a principal motivação que permitiu a organização da comunidade e diversas atividades de manejo comunitário colaboraram para o empoderamento local. A organização e mobilização da comunidade dos Areais da Ribanceira são fatores que facilitam o processo de criação de uma unidade de conservação de uso sustentável.

 

Referências

De Boef, W.S.; Thijssen, M.H. & Verhoosel, K.S. 2013. Community biodiversity management and empowerment. In: De Boef, W.S.; Peroni, N.; Subedi, A.; Thijssen, M.H. & O’Keeffe, E. (eds). Community biodiversity management: promoting resilience and the conservation of plant genetic resources. London, Earthscan (in press).

De Boef, W.S.; Thijssen, M.H.; Shrestha, P.; Subedi, A.; Feyissa, R.; Gezu, G.; Canci, A.; Fonseca Ferreira, M.A.J. da; Dias, T.; Swain S. & Sthapit B.R. 2012. Moving beyond the dilemma: practices that contribute to the on-farm management of agrobiodiversity. Journal of Sustainable Agriculture, 36: 788–809.

Dressler, W.; Büscher, B.; Schoon, M.; Brockington, D.; Hayes, T.; Kull, C.A.; McCarthy, J. & Shrestha, K. 2010. From hope to crisis and back again? A critical history of the global CBNRM narrative. Environmental Conservation, 37, p. 5-15.

Eyben, R.; Kabeer, N. & Cornwall, A. 2008. Conceptualising empowerment and the implications for pro poor growth: A paper for the DAC Poverty Network. Institute of Development Studies. 37p. http://www.gsdrc.org/docs/open/SE8.pdf (Acesso em 29 setembro 2012).

Fabiano, R.B. 2007. Relatório técnico socioeconômico e fundiário para a criação de unidade de conservação na região da Lagoa de Ibiraquera / Santa Catarina. Projeto Mata Atlântica FAO/GCP/ BRA/061/WBK.

Fabiano, R.B. 2008. Relatório socioeconômico para a criação da reserva de desenvolvimento sustentável nos areais da ribanceira, no município de Imbituba/SC. Projeto Mata Atlântica FAO/ GCP/BRA/061/WBK.

Freire, P. 1986. Educação como prática para a liberdade. 17a, ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra. 192p.

Freire, P. 1988. Pedagogia do oprimido. 18a, ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 256p.

Gaventa, J. & Cornwall, A. 2006. Challenging the Boundaries of the Possible: Participation, Knowledge and Power. Institute of Development Studies (IDS Bulletin), 37 (6): 122-128.

IBGE, 2010. Contagem da População. http://www.ibge.gov.br. (Acessado em 14/04/2012).

Kabeer, N. 1999. Resources, Agency, Achievements: Reflections on the Measurement of Women’s Empowerment. Development and Change, 30(3): 435-464.

Lutrell, C.; Quiroz, S. Scrutton, C. & Bird, K. 2007. Understanding and operationalising empowerment. Poverty-Wellbeing.net. The platform on livehoods equity and empowerment. Swiss Agency for development and Cooperation. Oakley, P. & Clayton, A. 2000. The monitoring and evaluation of empowerment. A Resource Document. Occasional Papers Series 26.

Pinto, M. F. 2010. Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de mandioca (Manihot esculenta Crantz.) por agricultores tradicionais dos Areias da Ribanceira, Imbituba- SC. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC.

Sampaio, L.K. 2011. Etnobotânica e estrutura populacional do butiá, Butia catarinensis Noblick & Lorenzi (Arecaceae) na comunidade dos Areais da Ribanceira de Imbituba/SC. Dissertação (mestrado). Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC.

Shrestha, P.; Subedi, A.; Sthapit, B.R. & De Boef, W.S., 2013. Community biodiversity management: defined and contextualized. In: De Boef, W.S., Peroni, N., Subedi, A., Thijssen, M.H. e O’Keeffe, E. (eds.). Community biodiversity management: promoting resilience and the conservation of plant genetic resources . London, Earthscan (in press).

Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC: lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000; decreto n. 4.340, de 22 de agosto de 2002. 4ª Edição. Brasília: MMA/SBF.

Sthapit, B.; Subedi, A. & Gautam, R. 2007. Ferramentas práticas que estimulam o manejo comunitário da agrobiodiversidade. Manejo Comunitário da Agrobiodiversidade. In: De Boef, W.S.; Thijssen, M.H.; Ogliari, J.B. & Sthapit, B.R. (ed). Biodiversidade e agricultores: fortalecendo o manejo comunitário. Porto Alegre, RS: L&PM, p.136-156.

Thijssen, M.H.; De Boef W.S. & Borman, G. (eds), 2012. Community biodiversity management and empowerment: documentation of the sites included in a global study, Wageningen: Wageningen UR/CDI.http://www.cdi.wur.nl/NR/rdonlyres/8A95C897-C42C-4A57-9DDB-5EECFF725066/157075/ FullTextlight.pdf.(Acesso em 14/04/2012)

WWF-Brasil. 2007. Reserva de desenvolvimento sustentável: diretrizes para a regulamentação. Brasília.

Zank, S.; Assis, A.L.; Borges, M.; Peroni, N. & Hanazaki, N. 2013. The sustainable development reserve: an option for securing livelihoods in Imbituba, Brazil. In: De Boef, W.S., Peroni, N., Subedi, A., Thijssen, M.H. e O’Keeffe, E. (eds.). Community biodiversity management: promoting resilience and the conservation of plant genetic resources. London, Earthscan (in press).

Downloads

Publicado

17/12/2012

Edição

Seção

Uso e manejo de recursos vegetais em unidades de conservação

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)